No começo desse ano meu ex-marido retornou, mas não foi um
retorno comum não, nada disso. Ele se separou da ex-mulher na qual ele havia me
deixado depois de 4 anos de relacionamento com ela, como tínhamos dois terrenos
um do lado do outro, com o divórcio ele ficou com o terreno e eu com a casa, já
que construímos em um desses terrenos e é onde moro com os meus filhos de 17 e
11 anos.
Todos diziam: “Não jamais ele vai construir do lado da sua
casa e morar aqui”, pois bem construiu e mora ao lado, não vejo problema nenhum
já que os meninos estão mais com o pai, e não existem mais nada entre nós dois
a não ser respeito pelo espaço de cada um.
Ops! Mas não é bem assim, com esse retorno deixei novamente
minhas vontades e desejos para o bem estar dos meus filhos para conviver com o
pai, mas onde fica o meu espaço? Isso mesmo o meu espaço, o meu fim de semana
só pra mim, onde eu fazia o que eu tinha vontade, mas que de uma hora pra outra
me foi tirado, aquele direito de andar nua pela casa, de beber até dormir
aquele vinho da estante, de cozinhar para o meu namorado só de calcinha e uma
camiseta, de dormir até tarde, de não fazer almoço, janta, café da manhã, enfim
de apenas ser eu (mulher), deixando a mãe, preocupada estressada e louca de
lado pelo menos em um fim de semana a cada 15 dias!
A sociedade impõe uma situação mínima de convivência com
ex-marido, mas não cobra dele o sentindo de se mancol sabe aquele se mancol mesmo,
de ter no mínimo o interesse pelo bem estar da sua primeira esposa, é agora eu
sou primeira esposa, mãe dos filhos dele, não me sinto no direito de ser
chamada de ex-mulher, pois ex-mulher ele já tem várias, e me coloco em um
patamar acima delas, não por me sentir melhor, apenas por ser a que mais se
ferrou...
O cara voltou a morar do lado de casa, e não tem situação pior, você
tem que ouvir desde músicas altas, até a
risada de seus amigos e namoradas até
seus gritos chamando pelos filhos.
Aí você pode me perguntar, muda de casa?
Sim, pensei nisso desde o inicio do primeiro tijolo da construção de sua casa,
mas nós mulheres somos reféns às vezes dos filhos, meus filhos não querem sair
da casa deles, não querem deixar os amigos da rua, não querem deixar o pai
sozinho. Sentimento esse totalmente machista que devem estar infiltrados neles
por gerações, eu não sei de onde veio esse sentimento machista dos meus filhos
de pensarem somente neles e no pai. Eu sempre os eduquei para serem homens de
bem e críticos diante de situações na qual alguém seja desfavorecido, sejam
amigos, professores, vizinhos, idosos etc, eu realmente não sei onde falhei,
por que nós mães sentimos a culpa! e pior sou eu essa pessoa desfavorecida.
Esse artigo é apenas um primeiro relato de um sentimento que
não cabe mais em meu coração, eu preciso por pra fora do meu mundo interno em
conflito e expressar minha indignação com a situação da mulher em um país
chamado Brasil.
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